Os principais índices da Europa atingiram máximos recordes na semana passada, com o FTSE 100 da Grã-Bretanha também a juntar-se à recuperação. Em contraste, os índices de referência de Wall Street não conseguiram entrar em novo território, embora ainda tenham tido uma semana bastante impressionante. As condições no mercado chinês permaneceram desfavoráveis. Wall Street está fechada na segunda-feira para o Dia de Martin Luther King, mas a próxima semana pode começar com força. Donald Trump deve iniciar seu segundo mandato como presidente dos EUA no mesmo dia, garantindo um início inebriante para a semana de negociações.
Fonte: TradingView.com
O que está a impulsionar o mercado altista da Europa?
Os mercados de ações europeus fecharam em forte alta na semana passada devido a uma variedade de fatores de apoio. Os rendimentos das obrigações globais caíram depois de dados de inflação mais fracos do que o esperado dos EUA e do Reino Unido aliviarem as preocupações do mercado. Alcançamos alguns resultados financeiros positivos. Entretanto, os fortes dados económicos da China aliviaram as preocupações sobre a saúde da segunda maior economia do mundo, e um cessar-fogo na Faixa de Gaza reforçou ainda mais o sentimento.
Esses ventos favoráveis levaram o FTSE 100 a novos máximos históricos. No entanto, a próxima semana testará se esta recuperação terá poder de permanência, dado o potencial de turbulência geopolítica.
Destaque duplo de segunda-feira: o retorno do presidente Trump e a grande decisão do PBOC
Dois grandes acontecimentos na segunda-feira poderão definir o tom da semana: a tomada de posse do presidente Donald Trump e o anúncio da Taxa Principal de Empréstimo (LPR) do Banco Popular da China.
A China tem sofrido com o abrandamento do crescimento e a deflação, mas as recentes medidas de estímulo parecem estar a dar frutos. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5,4% no quarto trimestre de 2024, o ritmo mais rápido em seis trimestres, com a produção industrial e as vendas no varejo também superando as expectativas. Espera-se que o Banco Popular da China mantenha as taxas de juro inalteradas, dado o enfraquecimento do yuan e as dificuldades do mercado bolsista, mas medidas inesperadas não estão completamente fora de questão.
O regresso de Trump à Casa Branca poderá reacender as tensões comerciais e pressionar as exportações da China e, por extensão, os mercados globais. Embora as ações europeias tenham demonstrado alguma resiliência recentemente, poderão começar a subir à medida que a semana avança.
Dados do PMI: um teste importante do sentimento do mercado
Fique ligado na sexta-feira, 24 de janeiro, quando os dados do PMI de todo o mundo serão divulgados. Os números da zona euro são particularmente importantes na análise do FTSE.
As preocupações com o crescimento europeu pesaram sobre as principais moedas, como o euro e a libra, mas a depreciação da moeda apoiou largamente os mercados bolsistas, entre expectativas de políticas perdedoras no próximo ano. Até agora, o risco de uma grande recessão é baixo, pelo que as ações deverão poder ignorar dados fracos. Ainda não se sabe se isso mudará nas próximas semanas. Os dados do PMI fornecem uma visão antecipada da saúde da economia. Os gerentes de compras geralmente têm as informações mais atualizadas sobre as condições de negócios, por isso os investidores monitoram de perto o seu sentimento.
Quaisquer sinais de melhoria nestes números poderão proporcionar o alívio tão necessário para o euro e aliviar alguma da pressão de venda que tem enfrentado recentemente. Imagino que seriam necessários alguns números realmente feios para ter um impacto negativo no mercado de ações.
– Escrito pelo analista de mercado Fawad Razakzada
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